Morre em São Paulo, aos 63 anos, ex-ministro Luiz Gushiken

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Morreu nesta sexta-feira (13/9) o petista e ex-secretário de Comunicações Luiz Gushiken, um dos absolvidos pelo Supremo Tribunal Federal na Ação Penal 470, o processo do mensalão. Ele estava internado no hospital Sírio Libanês, em São Paulo, por conta de um câncer. Tinha 63 anos. No sábado (7/9), recebeu amigos fundadores do PT para se despedir. Estiveram com ele Aloizio Mercadante, Eduardo Suplicy e José Dirceu.

Gushiken era um petista importante. Sempre esteve ligado ao círculo mais próximo de Luiz Inácio Lula da Silva e a José Dirceu. Foi deputado federal e trabalhou nas candidatura de Lula à Presidência em 1989, quando ele perdeu para Fernando Collor, e em 1998, quando saiu vitorioso Fernando Henrique Cardoso, reeleito.

Dirigente sindical, formou-se em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas e trabalhou no Banespa entre 1970 e 1999. Quando estudante, militava na Liberdade e Luta, ou Libelu, braço estudantil da Organização Socialista Internacionalista (OSI) de orientação trotskista.

Gushiken era um dos principais articuladores políticos do PT. Teve papel fundamental na defesa dos fundos de pensão quando das denúncias envolvendo o banqueiro Daniel Dantas e seu banco Opportunity. E 2005, quando Roberto Jefferson deu entrevista à Folha de S.Paulo contando o que hoje é conhecido como mensalão, Gushiken estava na Secretaria de Comunicação da Presidência, a Secom. Era tido como um dos mentores de um esquema de caixa dois eleitoral usado pelo PT durante a eleição de Lula em 2003. E era conhecido como um dos heróis do PT.

No mensalão, as acusações a Gushiken eram de que ele repassava dinheiro da Secom à agência de publicidade de Marcos Valério, a DNA Propaganda. De acordo com a denúncia do Ministério Público Federal, esse repasse era disfarçado por meio de contratos de anúncio feitos pelo Banco do Brasil. Foi absolvido das acusações, a pedido do MP, por falta de provas.

Logo depois das denúncias do mensalão, Gushiken saiu da Secom e se tornou assessor especial de Lula. Deixou o governo em novembro de 2006 e passou a dar consultoria empresarial. Em 2007, foi multado pelo Tribunal de Contas da União por ter firmado contratos publicitários irregulares e por não ter fiscalizado a execução.

Gushiken também teve importante papel no envolvimento do banco de investimetnos Opportunity, de Daniel Dantas, com os fundos de pensão. As notícias da época era de que Dantas procurou José Dirceu, então ministro da Casa Civil, e Gushiken para que interferissem na história, com medo de que a pressão política interferisse nos negócios privados dos fundos de pensão.

Em vão. Gushiken sempre deixou claro que não ia com a cara de Daniel Dantas. Depois se descobriu que foi Dantas, afinal, que contratou a empresa de espionagem Kroll e descobriu que Sérgio Rosa, então presidente da Previ — o fundo de pensão do Banco do Brasil — e Luiz Gushiken estavam envolvidos em negociações com a Telecom Italia, que brigava com Dantas pelo controle da Brasil Telecom.

Fonte: http://www.conjur.com.br/2013-set-13/morre-sao-paulo-aos-63-anos-ex-ministro-luiz-gushiken